Os prefeitos dos municípios do Nordeste baiano preparam
uma marcha à Brasília para pressionar o governo federal a adotar "medidas
práticas, objetivas e emergenciais" para "salvar o Nordeste". A
ação, que deverá acontecer ainda neste mês, foi batizada de “Movimento dos Sem
Água".
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (3), um dia após a
presidente Dilma Rousseff (PT) anunciar um pacote de medidas para o
enfrentamento da seca, o que não foi levado muito a sério pelos administradores
dos municípios atingidos pela estiagem. De acordo com a presidente da União das
Municípios da Bahia (UPB) e prefeita de Cardeal da Silva, Maria Quitéria Mendes
(PSB), a ideia do evento surgiu após encontros de dirigentes municipalistas que
buscavam ajuda para os nordestinos.
"Quando acontece alguma catástrofe no
sul ou sudeste, como enchentes e deslizamento, o governo federal responde quase
que imediatamente, mas com o Nordeste o tratamento tem sido diferente. Prometem
mundos e fundos, mas para que 10% disso vire realidade precisamos fazer um
sacrifício enorme", criticou em entrevista ao jornal A Tarde. O
vice-presidente Institucional da UPB, José
Bonifácio, emendou o coro. "É
preciso que os deputados e senadores nordestinos se unam ao movimento e
pressionem o governo federal.
Quem os elege não é o governo federal, mas o povo
que está sofrendo pela ausência de ações palpáveis no combate à seca",
declarou, e assinalou ter chegado a hora de "peitar a União até que
tenhamos a atenção devida ao momento crítico vivido pelo Nordeste".
Para Bonifácio,
os nordestinos estão cansados "de conversas e promessas" e precisam
de ações concretas. A UPB calcula que 70% do território baiano é atingido pela
seca, o que coloca em estado de emergência 214, dos 417 municípios baianos, já
nos primeiros meses do ano. Várias lavouras tiveram perdas totais e 300 mil
cabeças de gado já morreram segundo a entidade.
Fonte: Bahia
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