O Dia Nacional de Defesa do Rio São Francisco, comemorado
na última terça-feira, 03, foi marcado, em Bom Jesus da Lapa (BA), por um
peixamento realizado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco (Codevasf). Além do peixamento, foram realizados um seminário na
Universidade do Estado da Bahia (Uneb), com a participação da Companhia, uma
caminhada, apresentação de estudantes, plantação de mudas nativas e shows com
artistas tradicionais, que cantaram o amor da população local pelo rio.
Essas atividades em favor do meio ambiente fazem parte da campanha “Eu viro
carranca pra defender o Velho Chico” - promovida pelo Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e teve a participação da Codevasf em
todas as áreas de atuação de suas superintendências regionais. Também estão
relacionadas à comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente, que será comemorado
na próxima quinta-feira, 5 de junho.
No final da tarde, após a caminhada, a Codevasf realizou um peixamento na beira
do rio São Francisco com cerca de 20 mil alevinos da espécie Curimatã,
produzidos no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da
Codevasf, localizado em Xique-Xique, área de atuação da 2ª Superintendência
Regional da Companhia.
“Não dá para falar em conscientização e preservação do rio São Francisco sem falar dos recursos pesqueiros. Vocês sabem, melhor do que eu, a importância que os peixes têm para as populações ribeirinhas. Além da importância na alimentação própria e na questão econômica com a geração de renda, os peixes possuem uma importância cultural muito grande. Existe uma identidade muito forte dos pescadores e isso não pode se perder. E é com essa visão que a Codevasf trabalha nos seus centros de recursos pesqueiros”, disse o engenheiro de pesca, Antônio Nascimento, técnico da Codevasf lotado no Centro de Xique-Xique.
À noite, encerrando as atividades do dia, aconteceu, na Uneb, um seminário, que
contou com a participação do superintendente regional da Codevasf, em Bom Jesus
da Lapa, Lourival Gusmão, além do coordenador da Câmara Consultiva Regional do
Médio São Francisco, do Comitê da Bacia, Cláudio Pereira, da representante da
Articulação Popular São Francisco Vivo, Josedalva Santos, e da equipe da
universidade.
Os convidados debateram os principais problemas que afetam o rio e as possíveis
soluções. Também reforçaram a necessidade de que os universitários discutam
essas ações em prol do rio e do meio ambiente e trabalhem como multiplicadores
no ato de conscientização da população sobre a necessidade da preservação e
revitalização do rio.
“Não adianta apenas falarmos sobre os problemas que afetam o rio e toda a sua
bacia. Isso todos nós já sabemos. O que nós precisamos é agir. É ter
consciência de que até as pequenas ações que pensamos que não trarão problemas
para o meio ambiente, trazem. É importante darmos bons exemplos. E precisamos
continuar colocando em prática nossas ações de revitalização. É um processo
longo de devastação que buscamos reverter”, disse Lourival Gusmão.
“As carrancas são utilizadas nas embarcações que navegam no rio para espantar
os males e nós precisamos afastar os males que estão atingindo o São Francisco.
O trabalho de hoje foi muito importante com a presença da sociedade, das
escolas, para se manifestar em favor do rio. Tivemos a presença da imprensa que
vai levar isso para o Brasil inteiro. Precisamos convocar cada vez mais pessoas
para a nossa luta”, disse o coordenador Cláudio Pereira. (Leandro Silva).



